quarta-feira, 10 de novembro de 2010

[Silver] Resultado de ser um bom marido, (relacionamentos modernos)





Sempre fui um bom marido.

Me chamo Carlos, Carlos Inácio, sou gerente de vendas de uma loja de doces em plena Avenida Paulista que fatura não menos de R$ 300.000,00 por mês com seus doces exóticos, mas que paga a seus funcionários uma esmola mensal, isso inclui meu salário, que mal dá pra pagar as contas, mas fazendo horas extras consigo manter minha casa e a qualidade de vida que esposa merece, uma mulher linda, exclusiva.

Michella, clara de olhos azuis, cabelos negros, 29 anos, dona de um corpo esculpido que é resultado das duas horas diárias na academia que Michella faz. Ah, ela também só se alimenta de produtos orgânicos, só faz suas refeições em um restaurante perto de onde trabalho, segundo ela é onde servem os melhores e mais puros orgânicos da cidade [pudera, com um preço daqueles] e isso contribui para manter o corpo que ela tanto adora [e eu também] e ter aquela saúde de ferro, que só à leva ao médico e não ao nutricionista uma vez a cada quinze dias, deixemos as idas dela ao nutricionista de lado.

Michella não é só corpo e beleza, é uma excelente esposa, não nega fogo, esta sempre com um sorriso estampado no rosto [salvo na TPM e quando mamãe vem nos visitar] e desde os tempos de colégio onde nos conhecemos é sem duvidas muito motivadora e otimista, tanto que já falei inúmeras vezes que ela seria uma brilhante chefe de RH, mas insiste em ficar pesquisando sobre o comportamento das borboletas, em especial uma chamada “Maria Boba” que é uma graça, pena que esse hobby não lhe deixa tempo para os afazeres da casa sendo assim temos que contratar uma diarista que aparece lá em casa umas três vezes por semana, dona Olga, uma mulher que não merece ser descrita aqui, afinal não teria coisas boas afinal ela é o cão!

De uns tempos pra cá Michella começou a passar mais tempo na academia e a sair mais vezes para fotografar, um outro hobby dela, na maioria das vezes com suas amigas ou com o Lucas, personal treiner da academia que freqüenta, amigão meu também dos tempos de colégio, um típico “Capitão de Time de Futebol Americano” que vemos nos filmes, o filho da mãe me deu tanto calote naquela época que quase me faliu, [imagina falir um estudante duro?], mas deixemos os calote de lado, pois ele me deu como recompensa a Michella, certo que não foi dado assim, mas ele atuou como um grande pivô no inicio do nosso namoro, já que só não sou mais tímido por falta de espaço.

Lucas comeu se não metade da escola, um terço, até a minha irmã mais velha ele passou o saco, um grande filho da mãe, que sabe aproveitar a vida nessa “pegada zen” deles.
Quando nossa turma se formou ele falou para os pais que iria fazer faculdade fora do Brasil, foi paitrocinado, mas o cafajeste torrou toda grana que deveria ser para mante-lo na faculdade com produtos Amsterdan’ensses em Amsterdam durante mais de um ano, até seus pais descobrirem e cortar sua mesada [gordíssima por sinal] já sua irmã Roberta [uma loirinha linda, com um olhar de puro feitiço, um pecado a qual eu sempre quis pegar nos tempos de escola], mal saiu do Brasil graças a safadeza de seu irmão mais velho.

As fotos que minha esposa tiram ficam magníficas, todas postas nas paredes de meu antigo escritório, que agora é dela já que tem tanta fotografia de borboletas que pega até mal pra um quase quarentão como eu trabalhar, reparei que ela não esta mais tão animada com as fotografias, sempre que chega e peço para ver as fotos na câmera, me diz que não conseguiu boas fotos e nãos as salvou, ficando por isso mesmo.
Ela esta precisando de umas férias, ou algo semelhante, essa semana mesmo tratarei de solicitar a meu chefe superior dois meses para que possamos aproveitar os encantos da Europa e se der tempo na volta passaremos na casa que os pais dela tem em Fernando de Noronha, acho que ela esta precisando pra retomar essa “energia”.

Contei isso a ela e sem muito dengo aprovou minha idéia, partiremos em Dezembro.

Essa sexta pude chegar mais cedo após um dia intenso e estressante de trabalho, quis fazê-la uma surpresa, levando-lhe uma flor que roubei da casa ao lado da nossa [típico ato dos tempos de namoro onde passava no jardim da casa dos pais dela, antes de tocar a companhia] onde reparei que o um carro igual o do Lucas estava estacionado, reparei a semelhança mas não imaginei que fosse ele, abri a porta de nossa casa devagar, entrei sem fazer barulho, afinal era uma surpresa e imaginei que ela estivesse tirando sua sonequinha de fim de tarde, por isso não quis assusta-la, subi o lance de escadas já afrouxando aquela maldita gravata que me enforcou o dia todo e tentando forçar um animo, porem no meio da escada escuto gemidos, gemidos esses que quase me causaram um enfarte, fui firme mesmo com o coração na mão [na verdade havia uma flor] tive coragem de chegar até a porta do quarto, de onde ficava mais evidente que era sons emitidos por Michella em seus momentos de tesão.

Acelerei-me e abrir a porta de uma só vez, e vi... Michella e Roberta, ambas nuas em minha cama, meus olhos encheram de lagrimas, meu coração disparou como gato escaldado, me veio uma alegria intensa, um sorriso de ponta a ponta, quando dei por mim já estava igual o “Clark Kent” abrindo minha camisa e tirando o óculos, enquanto seguia em direção a cama.

Em todos os momentos felizes de meu casamento, sem duvidas esse dia foi o mais inesquecível, Michella, sempre me surpreendendo.
Meus amigos disseram que fui traído, ok, admito que foi, porem meus amigos, esse é um tipo de traição que desejo mais vezes!


Caro e não tão ilustre leitor, melhor será se for leitora, e se fosse o seu caso, com reagiria se chegasse em casa após um dia intenso de trabalho e se deparasse com sua esposa ou seu marido que tanto ama com alguém do mesmo sexo na cama?