quinta-feira, 22 de maio de 2014

[Silver] O abandono de um blog

Quase cliquei em adicionar aos favoritos um blog que me parece abandonado, mais um entre tantos outros que me faziam rotina, quase um jornal matinal.
Doeu finamente em meu peito, junto com a dor uma saudades da escritora, mas do blog e da escritora talvez só me reste a nostalgia.
Até a própria escritora me saiu da lista de favoritos, pois além do blog ela talvez tenha me esquecido?
Já não dói essa possível verdade, também não me encanta a saudades, não por orgulho, mas por saber que algumas coisas existiram sim, mas que o tempo as deixou lá, na inércia de um náufrago.




sábado, 10 de maio de 2014

[Silver] Uma Vida Sem Culpa

Incrível como desde pequeno me prendo à ouvir pessoas muito mais velhas, parece-me e é, que a sobriedade e até mesmo a não sobriedade dá ao homem o poder da palavra e da reflexão.

E a cada duzia de palavras as surpresas do simples e real, das coisas realmente tangíveis em nossas vidas e a sutil importância do outro ser nelas.

Tão bom saber que alguém já passou por essa mesma estrada e dela saiu morto, mas que durante o percurso pode errar e acertar conforme vivia, pode dar-se o deleite de viver e depois tirar por lição o vivido, certo ou errado, útil ou não, é sem duvidas um grande direito que nos foi dado com o livre arbítrio.

É saber que se pode viver sem culpa.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

[Silver] A vida é um dia.

Pobre mesmo é quem não morre todos os dias, pois todos os dias nasço e morro, mas não numa ordem lógica e regrada.
Enquanto durmo, é como se estivesse no ventre de mãe, pois não estou no mundo que vós leitor está, estou guardado em um mundo todo meu, você pode até me ver lá, hora esticado, hora encolhido, mas protegido e em um mundo intocável e só meu.
Acordo, e eis que venho a vida, confesso com desgosto que por muitas vidas nasci pré-maturo às cinco ou seis da manhã ai vem o primeiro ar, os primeiros sons e aquela luz que ofusca-me.
Jogo-me ao mundo, vou sentir como um criança e aprender com os outros na manhã do meu dia, e a tarde me vem quando já estou no auge da excitação, quando mais vivo estou, quando posso mudar, nem que seja meu pedaço de mundo.
Lá pras duas ou quatro da tarde é quando por vezes me apaixono, e essa paixão faz folia de reis em mim, me faz perder a razão ou inflar-me dela para defender uma ideia ou simples desejo que tenho.
A tarde cai caríssimo, e com ela o casamento ou o enceramento da paixão, quando já é quase seis, o sol já está se escondendo e toda aquela mágica me faz acalmar-me, pois já sou adulto!
A esse estagio, já em mim guarda-se, medo, anseios, lembranças dos anos passados e com o deitar do sol, a saudades ou nostalgia do que vivi ou quis.
É nesses anos que a vida passa depressa, quando menos vejo já são quase oito da noite e nesses anos, já estou mais com o pé no chão alienado em algo, por vezes a vida dos outros retratado em um quadrado mágico, por vezes em uma mesa discutindo a partida de futebol ou a política local, mesmo sabendo que não mudaremos nada, melhor mesmo é quando simplesmente fico viajando em letras.
As nove os meus já estão cada um seguindo para seu destino, uns vão mais cedo outros ficam até mais tarde, as vezes sou um desses que se vai mais cedo, as vezes fico fazendo hora extra e chego a ver o inicio de outra geração, isso lá pra uma da manhã mas no geral a essas horas o corpo já clama por leito e a cabeça avoa, fico distante com olhar já sem rumo sinto em mim um gozo só meu, pois no silencio da noite entendo o que fui eu e as vezes quero voltar as sete da manhã, e poder viver tudo aquilo, quero voltar à uma da tarde e após abastar-me dos deleites da juventude reencontrar aquela paixão ou uma paixão nova, que pudesse as seis, ter sido meu amor e mudados minhas próximas horas.
Claro amigo, não posso eu voltar no tempo, nem você, o que posso é buscar um leito caloroso ou sossegado que seja meu, para poder adormecer e por fim, morrer com a incerteza de que num amanhã nascerei novamente.

Te Amor.