terça-feira, 22 de dezembro de 2015

[Silver] Amor Pirateado


Ah, jovem leitor, não se chateie, o Amor não acabou, apenas foi pirateado. Assim como os CD`s (lembra-se deles?) o Amor foi pirateado, as pessoas cultivam o péssimo hábito de quererem o mais fácil, o mais barato, só que esquecem que por vezes sua matéria prima é de baixa qualidade o que compromete muito a qualidade e duração  da coisa em si.
Ainda mais um item de luxo e exclusivo como o Amor, é algo que não valhe muito a pena adquirir de baixa qualidade, pois ou se adquire um que dure a vida toda (conforme esta na bula) ou adquirem um que é solúvel na água.
Em épocas vindouras o Amor era adquirido através da conquista e sem clausula de devolução com garantia vitalícia.
Conquistava-se o Amor através de cortejo, poemas, romantismo, gentilezas, flores (por vezes roubadas), sorvetes e muitas horas dedicadas.
Aprendia-se a admirar o Amado e a conserta-lo quando preciso fosse, não sei se reparou, mas as musicas antigas que por vezes eram belíssimas pois retratavam em si amores exclusivos e de valor inestimavel, o modelo de amores original.
Hoje caro ou barato leitor, há uma oferta muito vasta, pior, boa parte dos que estão disponíveis são falsificados e ainda pior, aparentemente são idênticos ao autêntico.
Hoje em dia basta vasculhar nas redes sociais e lá podem aparecer inúmeros modelos, um mais belo que o outro os quais por vezes nos são oferecidos como “e-mails de spam”, o tempo inteiro chega-se mensagens de modelos oferecendo suas qualidades ou galanteando de maneira padrão oferecendo Amor.
O problema talvez nem seja a alta demanda, mas a forma pela qual as pessoas buscam, elas deixam que esses se apresentem e mostrem seus atributos, dai, se um simplesmente tem X qualidade ou defeito da qual a pessoa não se interessa, dar-se atenção à outras ofertas.
Dai caro leitor, o Amor genuíno tem defeitos, e o falsificado também, talvez a maior diferença deles seja a rigidez e duração, ambos atributos que só podem ser realmente testados pondo-os em uso e em situações de provações.
Agora como adquirir um genuíno, isso acredito eu que só observando como os mais velhos (nossos velhos) fizeram para conseguir e manter os seus.

Talvez seja a moda antiga.  

[Silver] O Sonho - 4/4 Desespero


Acordei assustado, olhei para o lado e Summer não estava mais ao meu lado, em seu lugar só os lençóis brancos amassados, ouvi um grito seguido de um choro, saltei da cama ainda um pouco desorientado e já apanhei minha G25 que estava sobre o criado mudo, corri em direção do barulho e vi no fim da sala a porta escancarada.

Avancei a sala tão rápido que não imagino como tenha passado os moveis, o sol já estava em seus últimos momentos, seu brilho já era dourado ainda intenso, gritei por Summer, mas sem resposta e eis que quando chego na porta vejo no hall social uma criança sentada ao chão, somente de frauda em prantos, quando ela me vê, olha em direção da porta do apartamento vizinho que estava escancarada, corro na direção apartamento vizinho e entre nele, com a arma em punho, e coração em ritmia, chamo por Summer mais uma vez e não ouço nada.

Vejo no fundo do corredor do apartamento uma luz e sigo em sua direção e lá, avisto uma a silhueta de uma pessoa de costas suspendendo Summer pelo pescoço com as duas mãos, neste instante ele a solta-a no chão, sem ao menos pensar caminho em sua direção disparando contra ele, que ao invés de cair, se vira em minha direção.

Um homem desfigurado, com pele queimada e olhos mortos vem em minha direção mesmo eu disparando contra seu corpo, e eis que aquela figura sem vida me segura também pelo pescoço e me ergue, posso ver em seus olhos um semblante de felicidade, sorrindo com seus dentes pretos.
Não consegui me desvencilhar de suas mãos, até que sinto meu corpo apagar, minha visão escureceu e só consigo sentir meu corpo caindo ao chão, quando aquela figura diabólica me largou no chão, minha visão começa a clarear enquanto consigo ver ele seguindo devagar em descalço em direção a porta do apartamento, sinto minhas forças retornarem, engatilhando sigo até Summer que estava a pouco mais de um metro de mim e vejo seu semblante já sem vida, seguro-a.

Levantei com uma força que não sei de onde surgiu, e fui em atrás daquele homem, e quando chego na porta do apartamento avisto  no fim do corredor um buraco na parede por onde ele some...
Corro em sua direção e assim como ele atravesso aquele buraco, nesse instante senti um enorme baque e despertei do sonho.

[Silver] O Sonho - 3/4 Summer

Em uma manhã de Setembro de 2013 enquanto costurava o transito paulista à caminho de casa, o sol já vinha querendo aparecer no horizonte que ainda os prédios não obstruíam a visão, o transito já estava pesado por conta de mais um triste acidente que parava a marginal paulista, foi quando em uma das ultrapassagens, olhei para um ônibus que como era de se esperar estava lotado, o habitual era aqueles coletivos trazerem rostos comuns e com olhares desconsolados, mas neste dia, a regra se desfez.

Os poucos segundos que desviei o olhar para aquele coletivo me mostrou um rosto de perfil, daquela que anos atrás era a razão do acelerar descontrolado em meu peito e que depois de tanto tempo me fez sentir todo aquele turbilhão de felicidade.
Ela estava sentada à janela, olhando para a frente de cabelos soltos, maquiagem fraca, lábios traziam um brilho avermelhado e segurando contra o peito uma bolsa tipo pasta.
Em milésimos de segundos pude observar e no meu imaginário até   sentir seu cheiro inconfundível,  do perfume que no próprio nome traz seu perfil, "Sexy woman", de imediato arrumei um espaço a direita e estacionei a moto em uma calçada qualquer.
Voltei correndo em meio aos carro nem ao menos prestando atenção as motos que viam em minha direção e desviavam, eu só conseguia pensar se era ela mesma naquele ônibus ou só mais uma visão imposta pelo cansaço de mais uma noite sem dormir.
Ao chegar na frente do ônibus meu c oração batia forte e o medo me veio a tona, quase me fazendo desistir daquela insanidade, porem a coragem foi maior e segui caminhando na lateral do ônibus com os olhos vidrados naquelas janelas que refletiam o brilho do sol que já se fazia sentir contrastando com o frio daquele dia, foi quando à vi, confesso que minhas pernas perderam um pouco de força porem mantiveram-se firmes, dei uma leve batida na janela afim de não assusta-la, mas não adiantou, à peguei de surpresa o que resultou em um pequeno susto, susto esse que logo foi corrigido com um largo e encantador sorriso, à quanto tempo eu não ganhava o sorriso de Summer!?
Pude ler nos lábios dela, meu nome dito imagino eu com enorme alegria "José", enquanto seus olhos também brilhavam.
Ainda bem que não pude ver minha cara de patife, imagino que deveria ser a de um menino quando abre um presente muito esperado, e de fato era.
Ela se pôs a levantar e se dirigir para a porta que eu já estava à esperar, aquela mulher pequena desceu as escadas do ônibus com tanta sutileza que mais parecia uma cena daqueles filmes onde o mocinho olha atentamente a donzela descendo as longas escadarias do segundo andar da casa, onde os olhos vão se encontrando e o bater do coração bate ao ritmo de cada descida de degrau, ainda bem que o ônibus não tem mais de três, ou eu teria um pequeno enfarte.
Ao descer ela me recebeu ainda com aquele sorriso lindo nos lábios mais uma vez chamando meu nome, que vindo de sua boca parece ser o nome mais doce e bonito do mundo.
Lacei-lhe os braços em um abraço que não deixava espaço nem para um único átomo, um abraço justo e de tempo suficiente para eu poder sentir seu cheiro e sentir, acredite, as batidas do seu coração.
Arrastei-a para a calçada e perguntei o que ela fazia ali, sendo que morava em outra cidade desde que resolverá estudar Relações Internacionais, ela me disse que estava na cidade a trabalho e que retornaria à noite para sua cidade, porem já estava desesperada por certeza que não chegaria à reunião na hora marcada que seria em um prédio à alguns quilômetros daqui e que aquela reunião era muito importante para sua carreira, perguntou para onde eu ia, disse que iria leva-la para sua reunião, ela soltou-me um olhar espantado e riu, dizendo que seria quase impossível, até o momento em que lhe mostrei minha 883 parada sobre a calçada, neste instante ela me soltou um olhar desesperado, e perguntou se eu estava louco em achar que ela iria andar "naquilo", disse à ela que ou era aquilo ou esperar que o transito fosse liberado, coisa que sem duvidas estava fora de cogitação nas próximas horas.
Arrastei-a pelas mãos em direção à moto e ela me seguiu, peguei meu capacete que estava sobre a moto e fui entregar à ela, enquanto segurava o capacete me perguntou quando ao outro, respondi-lhe que seria obrigado a descumprir a lei, neste instante ela me chamou de maluco mais já era notável nela um ar de adrenalina incomum, coloquei nela o capacete, confesso que foi no mínimo engraçado, pra Summer aquele capacete mais lhe parecia um capacete de astronauta.
Segui entre os carros até que mais à frente havia uma guarnição policial que dava suporte aos socorristas, nesse instante ela me deu alguns cutucões sobre a blusa, no mesmo instante em que o oficial me pediu pra parar,  encostei a moto e ela me disse, que estava muito bom pra ser verdade, foi quando desci da moto e me dirigi ao oficial, me identifiquei e argumentei que era algo de extrema importância, sem fazer questão o oficial me cumprimentou e eu voltei para à moto, ela sem entender me perguntou o que houve e eu à disse que o oficial ficou encantado por sua beleza, ela insistiu em saber  e eu disse que não tínhamos muito tempo afim de não dar-lhe explicações.
Chegamos ao prédio quase que em cima do horário, na despedida perguntei se ela teria um tempo pra conversarmos após reunião e ela pediu que fosse busca-la às 12h para almoçarmos.
 
Subi na moto e fui para meu apto, que ficava mais ao centro da cidade, no caminho não conseguia pensar em outra coisa que não fosse aquele olhar, no sorriso daquela garota que me fez sentir a pessoa mais especial do mundo à anos atrás.
Meu apartamento ficava em um prédio antigo, durante todo o tempo desde o estacionar da moto à pegar o elevador barulhento não pensava em outra coisa que não fosse ela, entrei no apartamento coloquei o celular para despertar e deixei ele e minha arma sobre o criado mudo do quarto enquanto fui tomar um banho para tentar dormir algumas horas antes do encontro, sai do banheiro e me joguei na cama, mais feliz que um pássaro livre.

Esse é o que chamo de penúltimo sono.
 
Às 11h30 o despertador emitiu os bipes, e de prontidão saltei da cama, vesti-me apressado e peguei as coisas que estavam sobre o criado mudo, a ansiedade de encontra-la era muito maior que qualquer outra coisa, ai sair apresado do apartamento me deparei com dona Malu, uma senhora muito carismática que morava no mesmo andar que eu, como de praxe nos cumprimentamos e ela me mandou ter juízo, mal sabe ela que juízo é o que mais tenho, só que não gosto muito de usa-lo com coisas vans.
Como marcado cheguei  as 12h onde havia deixado-a horas antes, ao chegar confesso que me peguei mais uma vez admirando aquela mulher pequena, sentada no sofá da recepção com olhar atento, o som emitido pelo escapamento da 883 chamou-lhe a atenção e o sorriso, que se fez logo que me viu, ela veio ao meu encontro enquanto eu parava a moto e descia para encontra-la, não trocamos muitas palavras, afinal o ambiente e situação não nos dava essa opção, então lhe entreguei o capacete do passageiro e como esperado ela fez uma piadinha em relação de eu estar daquela vez com o meu, me disse que ficaria mais tranquila.
A vantagem de ter ido de moto é que o tempo em que passamos distantes onde a ausência dos abraços virou uma lacuna em mim, a cada acelerada que eu dava essa lacuna ia sendo preenchida pelo abraço que ela me dava para se segurar em mim, sentir aquele corpo justo ao meu e aquelas mãos agarradas em mim era fantástico e ao mesmo tempo excitante.
O pequeno trajeto até o restaurante foi de risos dados por conversa fiada, nada que valha a pena ser relatado aqui, mas ao sentarmos na mesa, cada gesto dela me parecia lindo, confesso que a fome não passou nem a mil metros de mim, me bastava observa-la comendo e vez ou outra falando ainda que de boca cheia, mas ainda assim aquilo me era agradável aos olhos.
Ela me falou do mar de coisas que aconteceram desde a ultima vez que nos falamos, da conclusão do curso, da saudades dos velhos tempos e me perguntou sobre minha vida, contei-lhe em partes do meu trabalho, o qual despertou nela um ar de surpresa, afinal eu que sempre fui meio moleque, agora trabalhava em algo ligado ao perigo, mesmo eu tendo mentido e dito que era apenas um policial ligado a área administrativa, mesma história que havia dito aos amigos que quando me viam notavam que estava armado.
Ao terminar o almoço e após uma longa conversa em que os olhos mais se fixavam que qualquer outra coisa, sugeri que fossemos para meu apartamento, já que seu voo estava marcado para o fim da noite, ela gostou da proposta, pois estava exausta.

O sol estava alto e o dia tornou-se quente, chegamos ao apartamento pouco antes das 14h e no hall nos deparamos novamente com a dona Malu, que estava colocando água nas plantas que ficavam em uma área aberta que lembra uma sacada, só que pertencente a todos os moradores daquele andar, dona Malu com toda sua discrição me falou em bom tom, "Que moça linda, espero que esse seu muquifo esteja digno de receber uma visita tão linda, é sua namorada José?", tanto eu quanto Summer ficamos vermelhos e rimos.
Abri a porta e entramos e Summer já foi direto para o sofá, enquanto eu fui em direção ao frigobar pegar água, afinal o calor estava insuportável, quando olhei para trás Summer estava jogada no sofá com os pés suspensos sobre o sofá, fui em direção ao sofá e ela quis se ajeitar, mas eu à disse que não precisava, coloquei as garrafinhas d'água sobre a mesinha que ficava ao lado do sofá e sentei-me ao seus pés, arranquei-lhe os sapatos, deixando nus aqueles pés cansados enquanto ajeitava-os sobre meu colo, Summer não dizia nada, só me olhava delicadamente.
Abri e entreguei a ela uma das garrafas d'água, à qual ela bebeu quase que toda mas era notável que aquele pouco d'água não à refrescaria o suficiente, ela riu e disse que aquela altura um rio sim seria o suficiente para se refrescar.

Essa parte chamo de à melhor ideia do mundo.

Levantei e peguei-lhe pelas mãos e pedi que fosse comigo, ela levantou uma das sobrancelhas mas não hesitou, levei-a em direção ao meu quarto, mas ao chegar na porta ela parou e me perguntou o que eu estava fazendo, nisso lhe mostrei a porta do banheiro e disse que ela merecia um bom banho!
Ela disse que não era legal, que não tinha roupas, o ar entre nós era um mix, como se houvesse uma barreira entre nós, o que separava o sentimento de amizade e o de amantes, insisti e disse para olhar em volta, afinal não havia ninguém entre nós. 
Ela aceitou o banho, confesso que até aquele momento não tinha nenhuma malicia, só à queria fazer relaxar, mas quando virei me para sair do quarto o coração bateu mais forte e perguntei com malicia se ela não queria ajuda.

Pra minha surpresa ela disse que, já que como eu disse não havia ninguém ali, porque não?
Aquilo me pareceu algo surreal, virei de volta e vi que ela já estava entrando no banheiro, fui seguindo-a, quando cheguei até ela, ela já estava na entrada do box, encostei nela e ela nem olhou pra trás, encostei nela e à abracei o suficiente para poder lançar minhas mãos sobre os botões de sua blusa, os quais abri um à um, despindo-a de vagar enquanto sentia seu calor, quando abri o ultimo botão virei-a com firmeza, foi quando vi seus olhos fixos no meu, sem dizer uma única palavra, mas com o rosto virado pra cima como quem pedisse um beijo, aproximei devagar minha boca em direção da dela, deixando encostar a ponta dos narizes, a essa altura a excitação já era maior que nos dois nossas bocas e olhares clamavam por aquele beijo que, foi quase igual ao de Bento e Capitu, aos poucos nossos lábios se encostaram, acredite, aquele momento foi como se o pavio aceso tivesse encontrado com a pólvora, a intensidade fora tamanha, corri minhas mãos à trazendo a mim, enquanto as delas como garras cravavam-se em minhas costas.
Arrancamos um a blusa do outro, enquanto nos beijava-mos intensamente abri o ziper de sua calça a qual ela tirou com maestria, eu estava a essa altura somente de calça, com os pés expulsamos as roupas que eram tiradas, e naquele pequeno espaço de vidro estávamos em chamas.
Pude sentir pela primeira vez aqueles lindos seios encostados em minha pele, entre beijos e amassos abri o chuveiro, que despejou-se em nós uma água fria, que não seria exagero de minha parte dizer que quando encostou em nossos corpos à água quase evaporou tamanho o calor daquele momento.
Prendi minhas mãos em seus cabelos, os puxando para trás fazendo com que levantasse sua cabeça deixando-me beijar seu pescoço e ir explorando-o com os lábios.
Summer aquela altura era puro desejo, durante todo o tempo em que estivemos longe um do outro imaginei por vezes um momento como aquele entre nós, mas em nenhum momento consegui imaginar algo semelhante, aquela pequena tinha um fogo em si, que era de um vulcão.
Fui beijando seu corpo sentindo-a cada centímetro com meus lábios, enfim aquele corpo.
Aquele instante de insanidade chega ao fim, ficamos deitados sentindo o calor um do outro, o respirar se acalmando até que caímos no sono, ali, deitados na cama sendo observados somente pelos feixes de luz do sol que invadia meu quarto pela janela.

domingo, 6 de dezembro de 2015

[Silver] Estrel[AR]

Ah, que as estrelas la do canto, não se parem de brilhar.
Nesse céu que é tão teu, do nordeste ao seu olhar.
Minha princesa tão rainha, que se balança ao andar.
Mexe com seu corpo na surdina, tão de se cesurar.
A minha bela rainha, não se canse de me amar.
Nessa rima tão vadia, sorria e continue a me afagar.
Te Amor.