segunda-feira, 17 de março de 2014

[Silver] Um coração vazio

Coração nunca foi bicho sem rumo, arruma-se caminhos para onde se quer chegar, coração tem rumo sim.
Não se ama por acaso, mas para um caso.
Não sinto por ela nada, alem de carinho, e lhe tenho isso por duas ou três linhas de prosa que com ela tive, prosa essa que não consigo lembrar, pudera, há coisas que ofuscam outras, mas que deixam em evidencia outras que não se podem esquecer.
As vezes peço perdão ao meu machucado coração por esse dia, pois deixo ele perdido, pois tê-lo nele guardado um baú sem sentimento é pior que nele ter posto um Titanic inteiro de ódio, de paixão ou até mesmo o Amor.
Coração é pequeno, mas bicho guloso, sente fome de sentir-se pulsar, e cá, neste peito, bate um coração meio que sem jeito, sem saber o que buscar, é uma lacuna capaz de engolir em si um buraco negro e este, nunca mais ser encontrado.  

[Silver] Uma breve conversa sem fim.

Outrora lá estava eu, andando por esse mundo a fora com meus pensamentos voando mais longe que os meus olhos podiam alcançar, menos ainda meus pés.
E de longe pude avistar uma arvore formosa, o sol da tarde que escaldava em meu teto me fez pensar quão bom seria esta debaixo daquele arem, sem mais pressa que já não tinha desde muitas léguas atrás, pus-me a andar na direção de lá.
Cheguei e fui muito bem acolhido, uns pássaros que lá estavam me saldaram, logo deixei claro que com eles não iria bulir, assim ali mesmo ficaram, olhei para o chão afim de quando deitar não machucar nenhuma cobra ou outro animal rasteiro, joguei o saco no chão sem alvoroço e encostei a cabeça nele como travesseiro, podendo assim melhor admirar os céus.
Sem muita demora, já descansado ouvi cá perto do meu ouvido uma voz dizendo, que já que eu estava descansado, podia lhe dar um pouco de minha nobre atenção, sem demora olhei meio acanhado e disse que seria minha maior gratidão.
Era Deus, que meio sem jeito queria uma opinião.
Quem sou eu, mero vagabundo para tamanha oposição?, Agradeci por essa confiança mas lhe disse que não podia não, o Maximo que faria com bom gosto é claro, era ouvir-lhe com atenção.
Deus sem muito se alterar e demora, falou que eu me ajeitasse que da li em diante eu ouviria muita reclamação.
Em resumo me pediu perdão, pois queria homens mais justos, de corações mais doces que o mel, mais sabidos que o beija-flor, mais puros que a água e mais intensos que o sol, porem nada disso nos tornamos, nem mesmo  nos rastros de nosso irmão o único ungido conseguimos alcançar.
Pensei cá comigo, mas o que esperar, se nos infelizes humanos, perdemos a noção do amor?
Ó meus Deus, perdoa esse nobre vagabundo, pois injustiça jamais cometeres, mas se houve algum erro foi nos permitir a ambição.

Sabe, por minhas contas vi o sol se por no mínimo mil vezes dês do momento em que deitei-me naquela sombra que a pouco tempo levantei, mas sei que daquele momento até agora não mais de uma hora de tempo passou.