[...] Por fim quis ela falar algumas pornografias, que não fossem tão pornográficas quanto o coxar do ônibus. Falou sim de seu ex-amor, homem com quem casou e cansou, e disse com tom de gozar o prazer de esta, com o tal desconhecido a quem se apegou.
Não a culpo, ponho a culpa no marido, pois mulher que se valha é boa de casa e de cama, pois se não for será pra outro, a culpa foi toda dele, ele podia fazer a barba, lembrar dela no dia nos namorados mesmo depois de vinte anos de casados, leva-lhe rosas, quem sabe tomar um bom banho e chamar-lhe de meu amor, mas jamais esquecer que ainda é existe a cama.
Parece simples, mas não, ele esqueceu com o tempo que mulher é não menos que mais, a obra mais bela e bêbada da natureza, que nem com vodka destila-se, mas que embriaga bem mais.
É meio confuso, os sons do ônibus, ouve-se de tudo quando não tampa os ouvidos, tem mulher falando mal do marido e citando as proezas do amante, tem homem olhando o decote e a barriga de morte (eu), tem velho lembrando passado, criticando a juventude, tem v3 tocando funk, homem gritando nomes. E por ai se vai.
Bonito mesmo é ver as moças, que em bolsa e bolsa se satisfaz, a moça que briga com o namorado, bem cedo despreza o pobre diabo, e eu nesse mar de gente, sorrindo finjo que não vivo isso.
Já comi bolo, estourei bexiga, cantei parabens e tirei fotografia.
ResponderExcluirJá vi pessoas se espatifarem no chão, outras dormirem em pé, tentativas de agressão e aquelas que enxeram a cara de "mé".
E ainda aquelas dizendo que poderiam estar matando ou roubando, mas estão ali tentando ganhar um trouco, mesmo que pouco, pois estão trabalhando.
Sempre com pressa elas entram e saem.
Dispersas, atentas, conversam e tal.
Sentadas as vezes no chão, esperando o ponto pra descer... Quem que não tem uma história desse "Mundo Fantástico" que não dá pra esquecer??