quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

[Silver] Luci

“Quase estupidez apaixonar-se pela perfeição.

Estúpido mais ainda me torno ao sonhar assim.

Nesse sonhar insano, confundo-me intencionalmente com o sonho."

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

[Silver] Não veja na novela!

Mandou para um lugar não muito confortável meia dúzia de parentes, que o julgavam por seus andares desequilibrados e seu brinco, recém colocado.
Decidiu que não havia porque se preocupar com ninguém, afinal era maior e ninguém nunca se preocupará com ele, sabia que mesmo com tamanha família, e manada de “amigos” tão pouco um pouco fariam para ajuda-lo, resolveu recorrer a “Pai Fernandes” bem falado naquela região, e descobriu que nem esse que carregava estampado em postes ou em pilastras de ponto de ônibus tão pouco exercia papel de “Pai”, cobrava por uma ajuda... Oras!

Ficou zangado e viu que mais uma vez não tinha ninguém naquele congestionamento de gente "vivente".

Pegou suas poucas roupas jogou-as na mochila e foi “caminhar”, escolheu a direção do vento que o empurrava para o norte, foi caminhando assoviando uma musica que conhecia só por assovio...


Moon River, wider than a mile...

Reparou que jamais em tanto tempo naquele lugar tinha reparado no céu, visto as árvores centenárias que descansavam naquela praça onde nasceram, e como ele jamais saíram daquela terra.




De certa ou errada forma descobriu que tinha muito o que descobrir, muito o que não aprender, pois já tinha aprendido tanta coisa com quem andará até aquele momento que era melhor deixar o desapego tirar dele alguns costumes que cultivava até ali, ficou reparando nos homens que por ele passavam, todos de terno alinhado, todos muito bem vestidos, mesmo que sem vestidos afinal homem que é homem não usa vestidos.
Resolveu que aquela cidade vestida de concreto já estava calejando seus sentimentos, que era hora de conhecer a civilização, elaborou um plano, um roteiro um tanto sem destino, mas que segundo o mesmo esvaziaria tudo de refinado e chique que aprendera.



Três ou Dez léguas andadas descobriu que seu plano nenhum pouco santo estava no fim, a fome apertou e um camburão virou a esquina em sua direção, dois soldados amarelos desceram e mandaram que colocasse as mãos para o alto berrando em voz alta que mostrasse sua carteira de trabalho, coisa que semanas antes tinhas rasgado por revolta, enquanto o motorista terminava de puxar o freio de mão, no estralo final da lavanca de freio lamentou a si mesmo não ter tal documento, e avisou que não o possuía.
Os soldados escancararam um sorriso mais amarelo ainda em suas faces, e como ar de gloria, o carregaram para a jaula do camburão, sem nem ao menos perguntarem seu nome.
Horas de sacolejo rendeu mais dois vagabundos para aquela jaula, que entre freadas e curvas parou em frente a uma delegacia que mais parecia um matadouro.

Os vagabundos foram tirados da jaula e levados a uma sala nos fundos daquela que mais parecia um matadouro, os três foram jogados pra dentro da cela, e avisados que vaso estava entupido, mas em momento algum foi perguntado seu nome.
Lá descobriu que passaria alguns dias com seus dois novos amigos, que até então eram só mais dois vagabundos.
Os vagabundos tinham nomes e eram dois compositores que o governo de tal época não gostava de suas letras convincentes e enganadoras que viviam compondo em forma de protesto...[Censurado]


... levantou e saiu cambaleando ainda tonto só que agora sem sua mochila, sem saber onde estava e sem nenhum dinheiro no bolso mas com as idéias que havia adquirido naquela semana que ficou preso com os dois companheiros ilustres, concluiu como eles que a vida era um poema, uma canção, uma recordação, uma orgia melódica que não podia ser publicada e muito menos revisada ou adicionar emendas.

Mas isso é segredo, não vá publicar na novela das oito!


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

[Silver] Quente




__"Parece que não há mais o que postar, parece que não há mais o que dizer.
Fica calado, com as palavras na boca, pensando, analisando e com isso o tempo passa.
Os dedos não mais se importam em serem uteis, tão pouco querem trabalhar.
A mente vazia clama por matéria, clama por vontade ou nem que seja um ilustre desejo."




Aos poucos vamos analisando o caos que é a vida em sociedade, vemos os diversos tipos de pessoas que circulam a nossa volta, pessoas das quais tão pouco sabemos, alem de suas fisionomias um tanto pálidas, seja na rua ou no ônibus que para variar mantem-se lotado.
O calor fez-se insuportável, fez-se valer o seu valor...

A volta parecia densa, o caminho se alongava não só pelo peso da mochila nas costas, mas por saber que mais um ônibus estava a minha espera, seguindo para o ponto onde iria encontrá-lo.
Parei enxuguei o suor que surgia na testa, e só um sabor me veio a cabeça naquele terminal lotado, o sabor da Coca, abri a carteira e notei que não existia mais a cédula de “um real”, em seu lugar pesava uma tartaruga marinha, levado ao impulso de adquiri uma lata daquela bebida “refrescante” não perdi meu tempo analisando valores, até ao pedir a Coca e entregar a tartaruga marinhas, notei que ainda faltava meio valor da cédula que faltava em minha carteira.
Tão pouco exitei em pagar one dólar and forty two cents em trezentos ml’s de um “Xarope” com formula duvidosa.

Segui meu caminho, sem pouco reparar no que acontecia ao meu redor, estava bebendo de forma prazerosa o que Valheu minha tartaruga marinhas e mais um quarto da mesma.
Segui meu rumo até que um moleque de rua, todo sujo, com um olho um tanto inchado e com as roupas esfarrapadas me pede algo, imaginei ser grana, e logo disse que não tinha (afinal não tinha mesmo) mais uma vez me pede algo, desta vez já atento escuto bem seu pedido, ele pedia um gole de minha tão valiosa Coca, senti a vontade de negar- lhe mas algo me disse que o mesmo sabor que senti a pouco, não seria mais o mesmo, aos poucos a lata se desprendeu de minhas mãos e senti o chão, senti a turbulência, senti o ódio de estar ali e fazer parte de tudo aquilo sem ao menos ser consultado.

O sol já havia sumido por detrás daqueles prédios cinzas, daquela fumaça carbônica, daquele som inconfundível. O calor ainda estava presente, porem nas faces cansadas e um tanto exaustas das pessoas que passavam, mostravam mais preocupação com mais um começo de noite chuvosa do que aquele calor torturante.



O tempo é confuso, é turbulência pura, sabendo disso continuei caminhando sem perder a noção da confusão que via.
O ponto chegou, o ônibus chegou e eu não chegava nunca em minha casa, não chegava nunca em meu destino, logo soube que o caminho é longo!