Em uma manhã de Setembro de 2013 enquanto costurava o
transito paulista à caminho de casa, o sol já vinha querendo aparecer no horizonte
que ainda os prédios não obstruíam a visão, o transito já estava pesado por
conta de mais um triste acidente que parava a marginal paulista, foi quando em
uma das ultrapassagens, olhei para um ônibus que como era de se esperar estava
lotado, o habitual era aqueles coletivos trazerem rostos comuns e com olhares
desconsolados, mas neste dia, a regra se desfez.
Os poucos segundos que desviei o olhar para aquele
coletivo me mostrou um rosto de perfil, daquela que anos atrás era a razão do
acelerar descontrolado em meu peito e que depois de tanto tempo me fez sentir
todo aquele turbilhão de felicidade.
Ela estava sentada à janela, olhando para a frente de cabelos soltos, maquiagem
fraca, lábios traziam um brilho avermelhado e segurando contra o peito uma
bolsa tipo pasta.
Em milésimos de segundos pude observar e no meu imaginário até sentir seu cheiro inconfundível, do perfume que no próprio nome traz seu
perfil, "Sexy woman", de imediato arrumei um espaço a direita e
estacionei a moto em uma calçada qualquer.
Voltei correndo em meio aos carro nem ao menos prestando atenção as motos que
viam em minha direção e desviavam, eu só conseguia pensar se era ela mesma
naquele ônibus ou só mais uma visão imposta pelo cansaço de mais uma noite sem
dormir.
Ao chegar na frente do ônibus meu c oração batia forte e o medo me veio a tona,
quase me fazendo desistir daquela insanidade, porem a coragem foi maior e segui
caminhando na lateral do ônibus com os olhos vidrados naquelas janelas que
refletiam o brilho do sol que já se fazia sentir contrastando com o frio
daquele dia, foi quando à vi, confesso que minhas pernas perderam um pouco de
força porem mantiveram-se firmes, dei uma leve batida na janela afim de não
assusta-la, mas não adiantou, à peguei de surpresa o que resultou em um pequeno
susto, susto esse que logo foi corrigido com um largo e encantador sorriso, à
quanto tempo eu não ganhava o sorriso de Summer!?
Pude ler nos lábios dela, meu nome dito imagino eu com enorme alegria
"José", enquanto seus olhos também brilhavam.
Ainda bem que não pude ver minha cara de patife, imagino que deveria ser a de
um menino quando abre um presente muito esperado, e de fato era.
Ela se pôs a levantar e se dirigir para a porta que eu já estava à esperar,
aquela mulher pequena desceu as escadas do ônibus com tanta sutileza que mais
parecia uma cena daqueles filmes onde o mocinho olha atentamente a donzela
descendo as longas escadarias do segundo andar da casa, onde os olhos vão se
encontrando e o bater do coração bate ao ritmo de cada descida de degrau, ainda
bem que o ônibus não tem mais de três, ou eu teria um pequeno enfarte.
Ao descer ela me recebeu ainda com aquele sorriso lindo nos lábios mais uma vez
chamando meu nome, que vindo de sua boca parece ser o nome mais doce e bonito
do mundo.
Lacei-lhe os braços em um abraço que não deixava espaço nem para um único
átomo, um abraço justo e de tempo suficiente para eu poder sentir seu cheiro e
sentir, acredite, as batidas do seu coração.
Arrastei-a para a calçada e perguntei o que ela fazia ali, sendo que morava em
outra cidade desde que resolverá estudar Relações Internacionais, ela me disse
que estava na cidade a trabalho e que retornaria à noite para sua cidade, porem
já estava desesperada por certeza que não chegaria à reunião na hora marcada
que seria em um prédio à alguns quilômetros daqui e que aquela reunião era
muito importante para sua carreira, perguntou para onde eu ia, disse que iria
leva-la para sua reunião, ela soltou-me um olhar espantado e riu, dizendo que
seria quase impossível, até o momento em que lhe mostrei minha 883 parada sobre
a calçada, neste instante ela me soltou um olhar desesperado, e perguntou se eu
estava louco em achar que ela iria andar "naquilo", disse à ela que
ou era aquilo ou esperar que o transito fosse liberado, coisa que sem duvidas
estava fora de cogitação nas próximas horas.
Arrastei-a pelas mãos em direção à moto e ela me seguiu, peguei meu capacete
que estava sobre a moto e fui entregar à ela, enquanto segurava o capacete me
perguntou quando ao outro, respondi-lhe que seria obrigado a descumprir a lei,
neste instante ela me chamou de maluco mais já era notável nela um ar de
adrenalina incomum, coloquei nela o capacete, confesso que foi no mínimo
engraçado, pra Summer aquele capacete mais lhe parecia um capacete de
astronauta.
Segui entre os carros até que mais à frente havia uma guarnição policial que
dava suporte aos socorristas, nesse instante ela me deu alguns cutucões sobre a
blusa, no mesmo instante em que o oficial me pediu pra parar, encostei a moto e ela me disse, que estava
muito bom pra ser verdade, foi quando desci da moto e me dirigi ao oficial, me
identifiquei e argumentei que era algo de extrema importância, sem fazer
questão o oficial me cumprimentou e eu voltei para à moto, ela sem entender me
perguntou o que houve e eu à disse que o oficial ficou encantado por sua
beleza, ela insistiu em saber e eu disse
que não tínhamos muito tempo afim de não dar-lhe explicações.
Chegamos ao prédio quase que em cima do horário, na despedida perguntei se ela
teria um tempo pra conversarmos após reunião e ela pediu que fosse busca-la às
12h para almoçarmos.
Subi na moto e fui para meu apto, que ficava mais ao
centro da cidade, no caminho não conseguia pensar em outra coisa que não fosse
aquele olhar, no sorriso daquela garota que me fez sentir a pessoa mais
especial do mundo à anos atrás.
Meu apartamento ficava em um prédio antigo, durante todo o tempo desde o
estacionar da moto à pegar o elevador barulhento não pensava em outra coisa que
não fosse ela, entrei no apartamento coloquei o celular para despertar e deixei
ele e minha arma sobre o criado mudo do quarto enquanto fui tomar um banho para
tentar dormir algumas horas antes do encontro, sai do banheiro e me joguei na
cama, mais feliz que um pássaro livre.
Esse é o que chamo de penúltimo sono.
Às 11h30 o despertador emitiu os bipes, e de prontidão
saltei da cama, vesti-me apressado e peguei as coisas que estavam sobre o
criado mudo, a ansiedade de encontra-la era muito maior que qualquer outra
coisa, ai sair apresado do apartamento me deparei com dona Malu, uma senhora
muito carismática que morava no mesmo andar que eu, como de praxe nos
cumprimentamos e ela me mandou ter juízo, mal sabe ela que juízo é o que mais
tenho, só que não gosto muito de usa-lo com coisas vans.
Como marcado cheguei
as 12h onde havia deixado-a horas antes, ao chegar confesso que me
peguei mais uma vez admirando aquela mulher pequena, sentada no sofá da
recepção com olhar atento, o som emitido pelo escapamento da 883 chamou-lhe a
atenção e o sorriso, que se fez logo que me viu, ela veio ao meu encontro
enquanto eu parava a moto e descia para encontra-la, não trocamos muitas
palavras, afinal o ambiente e situação não nos dava essa opção, então lhe
entreguei o capacete do passageiro e como esperado ela fez uma piadinha em
relação de eu estar daquela vez com o meu, me disse que ficaria mais tranquila.
A vantagem de ter ido de moto é que o tempo em que passamos distantes onde a
ausência dos abraços virou uma lacuna em mim, a cada acelerada que eu dava essa
lacuna ia sendo preenchida pelo abraço que ela me dava para se segurar em mim,
sentir aquele corpo justo ao meu e aquelas mãos agarradas em mim era fantástico
e ao mesmo tempo excitante.
O pequeno trajeto até o restaurante foi de risos dados por conversa fiada, nada
que valha a pena ser relatado aqui, mas ao sentarmos na mesa, cada gesto dela
me parecia lindo, confesso que a fome não passou nem a mil metros de mim, me
bastava observa-la comendo e vez ou outra falando ainda que de boca cheia, mas
ainda assim aquilo me era agradável aos olhos.
Ela me falou do mar de coisas que aconteceram desde a ultima vez que nos
falamos, da conclusão do curso, da saudades dos velhos tempos e me perguntou
sobre minha vida, contei-lhe em partes do meu trabalho, o qual despertou nela
um ar de surpresa, afinal eu que sempre fui meio moleque, agora trabalhava em
algo ligado ao perigo, mesmo eu tendo mentido e dito que era apenas um policial
ligado a área administrativa, mesma história que havia dito aos amigos que
quando me viam notavam que estava armado.
Ao terminar o almoço e após uma longa conversa em que os olhos mais se fixavam
que qualquer outra coisa, sugeri que fossemos para meu apartamento, já que seu
voo estava marcado para o fim da noite, ela gostou da proposta, pois estava
exausta.
O sol estava alto e o dia tornou-se quente, chegamos ao apartamento pouco antes
das 14h e no hall nos deparamos novamente com a dona Malu, que estava colocando
água nas plantas que ficavam em uma área aberta que lembra uma sacada, só que
pertencente a todos os moradores daquele andar, dona Malu com toda sua
discrição me falou em bom tom, "Que moça linda, espero que esse seu muquifo
esteja digno de receber uma visita tão linda, é sua namorada José?", tanto
eu quanto Summer ficamos vermelhos e rimos.
Abri a porta e entramos e Summer já foi direto para o sofá, enquanto eu fui em
direção ao frigobar pegar água, afinal o calor estava insuportável, quando
olhei para trás Summer estava jogada no sofá com os pés suspensos sobre o sofá,
fui em direção ao sofá e ela quis se ajeitar, mas eu à disse que não precisava,
coloquei as garrafinhas d'água sobre a mesinha que ficava ao lado do sofá e
sentei-me ao seus pés, arranquei-lhe os sapatos, deixando nus aqueles pés cansados
enquanto ajeitava-os sobre meu colo, Summer não dizia nada, só me olhava
delicadamente.
Abri e entreguei a ela uma das garrafas d'água, à qual ela bebeu quase que toda
mas era notável que aquele pouco d'água não à refrescaria o suficiente, ela riu
e disse que aquela altura um rio sim seria o suficiente para se refrescar.
Essa parte chamo de à melhor ideia do mundo.
Levantei e peguei-lhe pelas mãos e pedi que fosse comigo, ela levantou uma das
sobrancelhas mas não hesitou, levei-a em direção ao meu quarto, mas ao chegar
na porta ela parou e me perguntou o que eu estava fazendo, nisso lhe mostrei a
porta do banheiro e disse que ela merecia um bom banho!
Ela disse que não era legal, que não tinha roupas, o ar entre nós era um mix,
como se houvesse uma barreira entre nós, o que separava o sentimento de amizade
e o de amantes, insisti e disse para olhar em volta, afinal não havia ninguém
entre nós.
Ela aceitou o banho, confesso que até aquele momento não tinha nenhuma malicia,
só à queria fazer relaxar, mas quando virei me para sair do quarto o coração
bateu mais forte e perguntei com malicia se ela não queria ajuda.
Pra minha surpresa ela disse que, já que como eu disse não havia ninguém ali,
porque não?
Aquilo me pareceu algo surreal, virei de volta e vi que ela já estava entrando
no banheiro, fui seguindo-a, quando cheguei até ela, ela já estava na entrada
do box, encostei nela e ela nem olhou pra trás, encostei nela e à abracei o
suficiente para poder lançar minhas mãos sobre os botões de sua blusa, os quais
abri um à um, despindo-a de vagar enquanto sentia seu calor, quando abri o
ultimo botão virei-a com firmeza, foi quando vi seus olhos fixos no meu, sem
dizer uma única palavra, mas com o rosto virado pra cima como quem pedisse um
beijo, aproximei devagar minha boca em direção da dela, deixando encostar a
ponta dos narizes, a essa altura a excitação já era maior que nos dois nossas
bocas e olhares clamavam por aquele beijo que, foi quase igual ao de Bento e
Capitu, aos poucos nossos lábios se encostaram, acredite, aquele momento foi
como se o pavio aceso tivesse encontrado com a pólvora, a intensidade fora
tamanha, corri minhas mãos à trazendo a mim, enquanto as delas como garras
cravavam-se em minhas costas.
Arrancamos um a blusa do outro, enquanto nos beijava-mos intensamente abri o
ziper de sua calça a qual ela tirou com maestria, eu estava a essa altura
somente de calça, com os pés expulsamos as roupas que eram tiradas, e naquele
pequeno espaço de vidro estávamos em chamas.
Pude sentir pela primeira vez aqueles lindos seios encostados em minha pele,
entre beijos e amassos abri o chuveiro, que despejou-se em nós uma água fria,
que não seria exagero de minha parte dizer que quando encostou em nossos corpos
à água quase evaporou tamanho o calor daquele momento.
Prendi minhas mãos em seus cabelos, os puxando para trás fazendo com que
levantasse sua cabeça deixando-me beijar seu pescoço e ir explorando-o com os
lábios.
Summer aquela altura era puro desejo, durante todo o tempo
em que estivemos longe um do outro imaginei por vezes um momento como aquele
entre nós, mas em nenhum momento consegui imaginar algo semelhante, aquela
pequena tinha um fogo em si, que era de um vulcão.
Fui beijando seu corpo sentindo-a cada centímetro com meus lábios, enfim aquele
corpo.
Aquele instante de insanidade chega ao fim,
ficamos deitados sentindo o calor um do outro, o respirar se acalmando até que
caímos no sono, ali, deitados na cama sendo observados somente pelos feixes de
luz do sol que invadia meu quarto pela janela.