-Toca forró.
-Só quando macaco andar pra trás!
Ficou triste, privaram-a de ouvir o som que tanto lhe alegra.
-Faz um favor, depois dessa toca um forrozinho, faria muito a “menina” feliz.
-Beleza mano, vou ver com a banda.
...flor de Liz, não va dizer, que o tempo...
-Me ensina a dançar?
-Não sei.
Momentos depois o professor de axé fazia a menina girar no gramado, ao som de um xote.
-Mulher quer carinho, amor, atenção...
-Ô caralho! Manu, mulher gosta mesmo é de ser enrolada, ser encantada e depois jogada de canto... Ficar chorando as magoas de uma desilusão com alguém que logo mais vai se apaixonar por ela, e tentar faze-la a mais feliz. E claro como todo final feliz tomará um toco!
-Claro que não, vocês que mentem, fazem-nos sentir como se o mundo estivesse aos nossos pés, e que somos somente a mais Amanda desse mundo.
-A vá, deixam se levar por xavecos do tipo “seu brinco caiu”... Não sabem o que querem...
Olha aquela cena. Duas lindas e gostosas meninas cercadas por 5 marmanjos que querem come-las, oras, doce ilusão a deles, se muito conseguirem levarão um beijo, e depois elas mal lembraram seus nomes.
Mas um gole seco do Martine puro!
Mas um risco amargo do seu doce desejo que acabava.
Por um instante sentiu-se traído, sentiu-se abandonado por seus próprios sonhos.
Pensou um pouco que a menina em momento algum jorou-lhe quaisquer afeto, quaisquer ilusão, ela era e será somente uma "amiga".
Verdade, não esperou nada mais, mas sentiu-se ferido por tanto ver e viver aquela cena um tanto lamentável, e por ficar perguntando para seu próprio EU o que diabos há de errado?
Oras bobinho, sempre soube que o erro estava em si mesmo, porem nunca soube o que exatamente e quem sabe jamais saberá.
Outro gole, agora mais curto porem mais demorado.
-Depois de hoje vai fazer aulas de dança, aprende a tocar algo e seja mais solto rapaz!
-Vai ver ta ai o problema de vocês, ficam cobrando mais do que devem, mais do que realmente podem esperar de alguém.
Quem sabe o dançarino de axé daqui a alguns anos não vira um “estranho” que vive trancado num quarto sozinho ao som de um “metal” lembrando-se do tempo em que comia mocinhas a rodo?
E ela porque não, com a aparência bem envelhecida, seu sexo não tão presente ao lado de um estranho que apareceu em seu caminho...
-Deixa eu ver, e o certinho virou um largado que só pensa em beber e por a culpa no passado, julgando ser um cuzão que deixou a vida passar?
Mais um gole.
-É.
Talvez seja somente ilusão do escritor, porque não!?
A realidade de uma pessoa é exclusivamente dela e nada interfere na vida doutro!
A geração é só momento.
Oras, oras, oras...És um moralista, vive e pensa numa geração errada! Esta aqui a geração do “os bozinhos só se fodem”, “se todos fazem também posso fazer”,”ser gay ta na moda”,”É bom pra mim”...Opa! EGOISMO.
Enquanto deixar-se levar por sentimento não terás futuro! (trecho igual ou semelhante da passagem de Machado de Assis, na obra “Dom Casmurro”) Deveras é a mais drástica e sólida realidade assistida do mundo.
Manu se tiver sorte encontrará o seu “Enganador verdadeiro”, ele quem sabe encontre sua “Amavel Sophia”, a “menina” quem sabe encontre seu “xavecador eterno” o Martine talvez acabe.
E a estória da teoria tenha fim.
Quase esqueci de comentar, que no fim da festa ninguém beijou ninguém, ninguém dormiu (ou comeu) com ninguém, o escritor bebeu mais do que devia e sentiu seu corpo aéreo, dela ele só saberá daqui a um ou dois dias...Manu talvez nunca mais aparecerá em seu caminho.
Essa passagem não deveria estar aqui, deveria estar guardada em um pensamento esquecido, no vento, num pedaço de papel amarrotado debaixo da cama, numa correspondencia ou em canto algum, mas agora com o efeito da bebida passada, ponho aqui os pensamentos e "dialogo" de um pré-bebado, uma festa.
04:35, São Lourenço da Serra, 06 de Junho de 2010.
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